“Na época ninguém acreditava, nem eu mesmo que podia dar certo. Eu sempre fui muito teimoso. Fui e entrei na primeira banda”, diz orgulhoso. Se o cantor começou cedo na música, o fim da primeira fase no forró também aconteceu precocemente. Aos 22, Felipão, mesmo faturando R$ 1,5 milhão por mês no Forró Moral, resolveu dar uma pausa na carreira.
“Eu precisei parar. Não tenho nenhum arrependimento. Eu era muito jovem. O sucesso veio de repente, fizemos 28 shows no primeiro mês de Forró Moral. Não paramos mais. Eu com 22 anos comecei a viver a vida de grande sucesso. Ninguém nem imaginava como chegou a isso”, conta.
Desequilíbrio
“O sucesso trouxe desequilíbrio a minha vida. Eu era ‘meninão’ e não tinha maturidade na época. Tanto eu quanto minha família não soubemos lidar com isso. No auge disso tudo eu me sentia muito vazio e muito angustiado. Eu não tinha vida. Era em cima do palco todos os dias. Comecei a beber bastante. Comecei a viver uma vida sem sentido. A minha parada foi realmente necessária para que começasse eu dar equilíbrio a minha da vida. Eu acho que essa foi a grande motivação. Eu precisava me encontrar”, revela.
O cantor comenta ainda que seu casamento “sofreu demais” com a situação que se instalava. “Eu sofria porque na época a minha esposa engravidou bem no processo disso tudo. Eu não via minha filha. Só vi ela nascer e corri para dentro do ônibus novamente. Passei a viajar muitos e muitos meses. Eu estava louco. Estava casado e não via minha esposa. Tinha uma filha e não a via. Tinha casa e não morava nela. Eu acho que depois dessa parada a gente começou a botar cada coisa no seu devido lugar”, pontua.
Religião e o encontro da maturidade
“Houve uma construção nesses oitos anos de maturidade. De entendimento de quem Felipão é. De entendimento que Felipão precisava, realmente, conhecer a Deus para buscar equilíbrio e voltar de maneira diferente. A gente vem com outra bagagem. Eu tenho falado que esses oito anos no gospel foi uma grande faculdade para minha vida como homem para o meu caráter e os equilíbrios que eu precisava”, ressalta o forrozeiro, que na época se converteu para a religião evangélica.
“Não é mais aquela coisa feita nas coisas. Aquela coisa amadora. Não é mais aquele jovem louco e vislumbrado para fazer sucesso. A gente volta com a intenção de fazer uma carreira de maneira diferente”, finaliza.
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